Pré-emergentes na soja exigem uso combinado no Cerrado
Entre os produtos mais utilizados no Cerrado, destacam-se três princípios ativos
Entre os produtos mais utilizados no Cerrado, destacam-se três princípios ativos - Foto: Nadia Borges
O manejo inicial da lavoura de soja depende cada vez mais do uso eficiente de herbicidas pré-emergentes, segundo Ranuelli Renon Flor, engenheiro agronomo. Em áreas de alta infestação ou com histórico de resistência, o uso correto dessas moléculas garante um início de safra mais limpo e com menor competição por recursos. A combinação entre diferentes grupos químicos é essencial para ampliar o espectro de controle e evitar falhas no manejo.
Entre os produtos mais utilizados no Cerrado, destacam-se três princípios ativos com funções complementares. O S-metolacloro, do grupo 15, tem se mostrado altamente eficaz no controle de gramíneas anuais como capim-arroz, milhã e braquiária. Ensaios indicam desempenho entre 85% e 95% quando aplicado em condições de boa umidade. Seu efeito sobre folhas largas é limitado, sendo comum a associação com outras moléculas para reforçar o controle.
Já o diclosulam, pertencente ao grupo 2, oferece excelente desempenho sobre folhas largas como caruru, picão-preto, corda-de-viola e leiteiro. Pode alcançar até 95% de controle em espécies suscetíveis e mantém residual próximo a 60 dias, dependendo do clima e do solo. No entanto, requer atenção quanto ao risco de efeito residual sobre culturas implantadas na sequência.
A flumioxazina, do grupo 14, é hoje uma das principais alternativas para o manejo de folhas largas resistentes ao glifosato. Estudos mostram eficácia entre 90% e 98% em espécies sensíveis, sendo especialmente útil contra caruru, picão-preto e apaga-fogo. Seu desempenho sobre gramíneas é mais moderado, mas torna-se muito eficiente quando associada a moléculas com residual prolongado.
“Nenhum pré-emergente “faz tudo” sozinho. A escolha deve considerar: banco de sementes do talhão, textura e matéria orgânica do solo, histórico de resistência, necessidade de residual”, conclui.